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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Limbo

Com um lindo trailer publicado em 2006 e vários prêmios em concursos de jogos independentes conquistados em seguida, Limbo é um dos poucos jogos da Live Arcade que vieram precedidos de certo "hype". O mérito sempre foi do visual original e artisticamente ambicioso, e agora com o jogo lançado este aspecto continua sendo o que irá vender Limbo e atiçar a curiosidade do público. Há um excelente jogo de aventura e resolução de puzzles por trás, mas é difícil não se levar totalmente pelas aparências desta vez.

Mil formas de morrer

Minimalista, Limbo não se preocupa sequer em contextualizar o jogador. Sabe-se pelo título que o cenário é o meio-inferno denominado Limbo, e que como em todo videogame deve-se seguir em frente e não andar para trás (será?), em busca de sabe-se lá o que. Talvez uma princesa, que há de ser a mais especial princesa do universo já que o protagonista, apenas um menino, terá que enfrentar mil ameaças à sua sobrevivência no percurso. Mas a descrição publicada pela Microsoft na Live é de que se trata de uma busca a uma irmã e nada mais.

A jornada é cruel com o menino. O jogador, que vê apenas a silhueta do personagem e do cenário, assistirá a cenas brutais de seu ser controlado sendo desmembrado por serras e quedas em precipícios, morrendo afogado ou sento sutilmente nocauteado. A violência não é apelativa, e serve apenas para potencializar o clima sombrio do jogo.

Limbo é espetacular em sua ambientação, lembrando muito neste quesito o antigo Another World (Out of this World), que parece ser a grande fonte de inspiração para a jogabilidade também. Esta se baseia muito em um exercício de tentativa e erro, com o jogador muitas vezes impossibilitado de imaginar o que está por vir, como quando se arrisca por uma caverna escura onde a única coisa que se vê na tela são os dois olhos brilhantes do protagonista. O que está logo à frente costuma ser uma trágica surpresa.

Evitar os perigos em Limbo muitas vezes significa já ter sido morto por eles, mas o jogo não é tão sádico e sempre posiciona o jogador em checkpoints segundos antes de onde morreu. E a jogabilidade flui com bom ritmo, intercalando sequências onde reflexo e raciocínio rápido são essenciais com outras onde o jogador deverá parar para pensar. Os puzzles são baseados em um excelente sistema de física e, embora muitas vezes intuitivos, em certos momentos vão exigir imaginação e ousadia por parte do jogador para serem superados. Alguns desafios são brilhantes e lembram os melhores momentos de jogos como Portal e Braid.

Lindo

Sem pompa e pretensão, mas inegavelmente uma belíssima obra de arte jogável, a experiência de Limbo já valeria a pena exclusivamente pelo visual. O aspecto monocromático, melancólico e minimalista funciona tão bem que o jogo é dos poucos capazes de cativar igualmente a quem joga e a quem assiste. Não espere dele nem o melhor jogo de plataforma já visto nem o melhor quebra-cabeças do Xbox 360, mas saiba que dificilmente haverá um jogo com uma atmosfera tão bela, surreal e imersiva nesta geração.

O jogo pode ser completado rapidamente, em até quatro horas em média, mas as imagens provavelmente ficarão na memória do jogador por bem mais tempo.

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