Mil formas de morrer
Limbo é espetacular em sua ambientação, lembrando muito neste quesito o antigo Another World (Out of this World), que parece ser a grande fonte de inspiração para a jogabilidade também. Esta se baseia muito em um exercício de tentativa e erro, com o jogador muitas vezes impossibilitado de imaginar o que está por vir, como quando se arrisca por uma caverna escura onde a única coisa que se vê na tela são os dois olhos brilhantes do protagonista. O que está logo à frente costuma ser uma trágica surpresa.
Evitar os perigos em Limbo muitas vezes significa já ter sido morto por eles, mas o jogo não é tão sádico e sempre posiciona o jogador em checkpoints segundos antes de onde morreu. E a jogabilidade flui com bom ritmo, intercalando sequências onde reflexo e raciocínio rápido são essenciais com outras onde o jogador deverá parar para pensar. Os puzzles são baseados em um excelente sistema de física e, embora muitas vezes intuitivos, em certos momentos vão exigir imaginação e ousadia por parte do jogador para serem superados. Alguns desafios são brilhantes e lembram os melhores momentos de jogos como Portal e Braid.
Lindo
Sem pompa e pretensão, mas inegavelmente uma belíssima obra de arte jogável, a experiência de Limbo já valeria a pena exclusivamente pelo visual. O aspecto monocromático, melancólico e minimalista funciona tão bem que o jogo é dos poucos capazes de cativar igualmente a quem joga e a quem assiste. Não espere dele nem o melhor jogo de plataforma já visto nem o melhor quebra-cabeças do Xbox 360, mas saiba que dificilmente haverá um jogo com uma atmosfera tão bela, surreal e imersiva nesta geração.
O jogo pode ser completado rapidamente, em até quatro horas em média, mas as imagens provavelmente ficarão na memória do jogador por bem mais tempo.
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